sábado, 3 de dezembro de 2011

Força ao Doutor Sócrates!

No último sábado parei um trailler de lanches para me encontrar com algumas amigas. Na mesa ao lado dois homens bebiam cerveja, ambos usavam bonés do Corintias. Os saudei, como não poderia deixar de ser.
Um deles esticou o braço, apontando minha camiseta (esta da foto abaixo) e disse sorrindo: "mano, que louca sua camiseta". Olhei para ela, para ele e concordei: "o Doutor é o cara".
O homem perguntou onde a comprei, pois queria uma igual e nunca havia visto. Disse a ele que não sabia onde era a loja, que havia sido presente de parentes que moram bem longe daqui.
Ele, então, propôs uma troca: "eu tenho um bandeirão no meu carro, você troca a camiseta por ele?", "não, não troco pois foi presente...", "mas, como você chama?", "Gabriel". Se levantou, veio em minha direção e abriu a mão direita para um aperto: "sou o Heraldinho, Corintiano e trabalhador. Troca essa camiseta comigo Gabriel!". "Poxa Heraldinho, foi presente dos meus tios, além de ser do Doutor foi presente", "vou te mostrar meu bandeirão, tá ali no carro".
Tirou as chaves do bolso, mostrou - orgulhoso - o chaveiro: uma réplica de chinelo com o símbolo do Corintias, mostrei o meu chaveiro: um símbolo do Corintias em metal. Apertamos as mãos novamente.
Heraldinho vibrou, e foi abrindo o porta malas do carro. Tirando o seu bandeirão (que, na verdade, era um cobertor, realmente grande). O esticamos o balançamos, gritamos Corintias minha vida, Corintias minha história, Corintias meu amor balançando a bandeira. Naturalmente que fomos olhados com estranheza pelas demais pessoas que estavam no trailler.
Dobramos o cobertor, Heraldinho o colocou de volta dentro do carro, antes de fechar a porta ainda me disse: "vamos trocar?", "olha Heraldinho, não".
"Mas Gabriel", insistiu, "é uma camisa do Doutor, o Doutor é o maior jogador do Corintias. Eu lembro dele, eu vi ele jogando. Fiquei muito triste quando ele foi pro hospital, mas agora já melhorou. Troca comigo".

Não troquei a camiseta com ele. Realmente, pois foi um presente dado com muito carinho.

A persistência de Heraldinho, e a forma como falava do Doutor, a forma como todos nós, Corintianos, falamos do Doutor, é a força que enviamos à ele.


Força Sócrates
Vai Corintias

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