quinta-feira, 31 de maio de 2012

Por quê "Doutor Sócrates"?


Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira, ou apenas Sócrates, apareceu para o Mundo em razão do que fazia com suas pernas finas e altas quando estava com a bola de futebol nos pés. Era um jovem rapaz alto e magro, que se tornou Doutor em Medicina no ano de 1977, realizando a formação na área ao mesmo tempo em que se profissionalizava como jogador de futebol.

Durante um período da Ditadura Militar (1964/1984) era, então, um estudante de medicina que se profissionalizava como jogador de futebol, respectivamente, pela USP de Ribeirão Preto e pelo Botafogo da mesma cidade. Na Universidade tinha relevante presença nas discussões e movimentações Estudantis.

Findado o período de estudos, em 1978 fora para a Capital do Estado de São Paulo, não para ser médico, e sim para defender as cores do Sport Club Corinthians Paulista. Conquistou o Bicampeonato Paulista em 1982/83, período em que encabeçou, juntamente com outros jogadores e sujeitos do Clube, o movimento conhecido como "Democracia Corinthiana", em que as decisões referentes ao Futebol Profissional do Clube eram decididas com votos iguais entre jogadores, comissão técnica, conselheiros, presidente etc.

O fim do Regime Militar era discutido amplamente entre os setores críticos da sociedade, e, com a movimentação de Sócrates indicada acima, a pauta se ampliou e alcançou as massas espectadoras do futebol. Não só a Torcida Corinthiana, como todo o público futebolístico Brasileiro. Sócrates nunca foi ídolo de uma só Torcida, sempre foi respeitado e ouvido por Grupos Torcedores das mais diversas cores e Estados, tanto que teve importante papel na popularização e ampliação das discussões para as "Diretas Já" em 1984.

Por que um grupo universitário com foco na atuação esportiva, artística e, em razão disso, cultural, homenagearia Sócrates, o "Doutor da Bola", em seu nome? Pois ele não era nem só Doutor, nem só Jogador, nem só um jovem politizado: era, expunha e brigava por tudo isso, tal qual estamos nos propondo a discutir aqui nesta Unesp de Marília.

"Arte, no futebol, nunca foi adjetivo",
Doutor Sócrates.

Texto que fiz para expôr ao corpo Discente da Unesp de Marília, explicando quem foi o homem que nomeia o Coletivo que surge dentro do Campus.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

"Histórico Timão".

Segundo dados que encontrei na popular Wikipédia, o narrado abaixo se passou no dia 24 de Maio de 2000. Precisos doze anos atrás.
Lembro-me que era uma manhã fria, e por cima de uma jaqueta comprada em uma loja no Bom Retiro eu vestia uma camisa do Corintia não original que havia sido presente de aniversário naquele ano. Como todos os dias durante 1999 e 2006, ia de carro para a escola com minha mãe, minha irmã e certamente uma ou outra pessoa a quem frequentemente dávamos carona. O longo trajeto da Freguesia do Ó até Pinheiros costumava ser chato, uma penitência.
Nas manhãs seguidas às vitórias do Corintias havia um pouco menos desta "chatice", a ansiedade por chegar na escola e cumprimentar os amigos Corinthianos, tirar um sarro dos rivais até animava. E a manhã do dia 24 de Maio de 2000, assim como desta mesma data em 2012 foi uma manhã vitoriosa, havíamos derrotado o Patético Mineiro por 2x1 na noite anterior e estávamos classificados para a semi final da Libertadores.
Quando minha mãe parou o carro no semáforo da Avenida Sumaré com a João Ramalho, olhei para o lado e vi um senhor, dono de uma banca de jornais, afixando na frente da mesma a edição do "Lance!" daquela manhã, e consegui ler claramente o escrito: "Histórico Timão".
Cheguei na escola e logo o jornal caiu em minhas mãos - algum colega o levava todos os dias. Recordo-me da matéria dizendo que era a primeira vez que o Corintias alcançava a etapa semi final da Libertadores, e lembro-me de ter pensado: "que legal, e eu estou vendo isso".
Compreendo hoje que tudo é Histórico, sobretudo quando estamos falando desta realização de dimensões incomensuráveis que é o Corintias. E entendo também que já vi, vivi e saboreei etapas importantes deste "Histórico", e pretendo seguir vivendo-as, pois isto é vida para mim e para todos vocês: a História somos nós.
VAI CORINTIAS!