quarta-feira, 27 de abril de 2011

Fotos: Estopim da Fiel.

Sábado passado, dia 23 de Abril, como parte de minha pesquisa passei a tarde na sede da Estopim da Fiel, na cidade de Diadema. Conversei com alguns membros, tirei fotos e fui para o jogo no ônibus 77. Chegando no Pacaembu acompanhei a entrada dos materiais, e, do portão principal, dei a volta no estádio para assistir ao jogo Corinthians x Oeste de Itápolis do Tobogã. Eis algumas fotos.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

A minha bandeira.

Quando criança, lá pros idos de 1996, comprei uma bandeira do Corintias, pequena, com o símbolo do clube e o escrito "timão - ninguém te segura", paguei 5 reais por ela. A comprei de uma senhora que vendia artigos referentes à futebol, por ironia, atrás do chiqueiro (aonde se pratica muitos esportes, mas futebol mesmo...).
Algum tempo se passou e essa bandeira desapareceu nos espaços ocultos da casa de meus pais. Em 1999, com o título paulista e aquele time incrível (infelizmente, não eramos imbatíveis), comecei a azucrinar meus pais para que me comprassem uma bandeira nova. Minha mãe, sempre muito criativa, comprou um metro de pano branco e um metro de pano preto, e se dedicou a costurar uma bandeira preta e branca, com a qual comemorei diversos títulos, a começar pelo brasileirão de 1999.

Eu, empunhando a citada bandeira feita por minha mãe, na comemoração do brasileiro de 2005.

No ano de 2008, quando mudei para o interior, e quando disputamos a série b, se tornou freqüente combinar as idas à São Paulo com os jogos do Corintias. Numa destas idas, na volta para casa ocorreu o fato que adicionou à minha vida outra bandeira do Corintias.
Saíamos do jogo Corintias x Fortaleza pelo primeiro turno da série B, se não me engano no dia 1º de Junho daquele ano, vencemos por 2x0. O carro era dirigido por minha mãe, no banco do carona eu e no de trás a garota com quem eu me relacionava/enganava à época (digo enganava não por puro rancor: ela foi em jogos do Corintias e vestiu o manto sagrado algumas vezes, porém, num momento de descontrole tentara profanar [com fogo!], justamente, uma de minhas camisas do Corintias).

Foto do citado jogo.

Dado momento, quando cruzávamos o viaduto do Pacaembu, deixando para trás a Avenida Pacaembu e indo em direção à Avenida Marques de São Vicente, eu vi rolando pelo asfalto, solitária, uma bandeira do Todo Poderoso. Pedi, de forma até ríspida, que minha mãe freasse o carro para eu pegá-la; com toda cautela do mundo ela o freou, ligou o pisca alerta e eu desci do carro.
Olhei embaixo do nosso veículo, e não estava lá; uma fila de carros se formou atrás de nós, motos e outros carros passavam rente ao meu corpo, e fui encontrar a bandeira debaixo do quarto ou quinto. Embolei aquele pano (quase) sagrado, até então desprotegido, e voltei para dentro do carro, ciente do risco que havia corrido, mas muito feliz, tal qual o garoto que pagara 5 reais em uma bandeira 12 anos antes.

Abaixo, foto com a bandeira resgatada da rua.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Carta aos estudantes Unesp/Marília:

Disponibilizo aqui a carta aberta que colei hoje em alguns murais da Unesp de Marília:

"Carta aberta a todos estudantes da Unesp de Marília:

O Corintias nasceu do povo, por entre os imigrantes e ex-escravos que formavam as camadas operárias paulistanas no início do século 20; O Corintias foi fundado por sapateiros, alfaiates e demais trabalhadores braçais, explorados e oprimidos.

O Corintias foi o time da várzea que derrotou os clubes burgueses, que entrou nos círculos elitistas, foi menosprezado, agredido e, mesmo assim, nunca parou de lutar.

O Corintias é o clube que participou efetivamente dos movimentos pró-democracia no Brasil no início da década de 80 (enquanto outros clubes, almofadinhas, batiam palmas aos ditadores).

O Corintias é o clube marginalizado por sua origem sem dentes, por sua origem operária e pobre: nossos primeiros treinos se deram com bolas emprestadas por patrões dispostos a rir de seus empregados batendo canelas, oras, “quem ri por último, ri melhor”: o time do povo triunfou sobre seus patrões, desde o início.

O Corintias sentou na bola jogando contra os fascistas palestrinos; O Corintias é a favela que invadiu e dominou a mansão das elites do Morumbi; O Corintias sambou nas laranjeiras dos racistas tricolores cariocas (pó-de-arroz, apelido dado aos tricolores carioca e paulista é em razão do fato de negros, para jogarem em seus times, precisarem cobrir a pele com pó-de-arroz, para ficarem menos negros: o Corintias foi o primeiro time da cidade de São Paulo a ter mais jogadores negros do que brancos).

O Corintias foi fundado sob a frase de que “o Corintias é o time do povo, e é o povo quem vai fazer o Corintias”.

É por isso colegas da F.F.C. que escrevo esta carta: ser corintiano vai muito mais além de “gostar” de um time de futebol, historicamente, ser corintiano é carregar no peito uma história de lutas e conquistas, que vão muito além do futebol.

Vamos nos unir para pensar propostas sinceras de mudanças em nossa realidade universitária, tendo por base o Corintianismo Clássico.


domingo, 10 de abril de 2011

A camisa de 95.

Em 1995 ganhamos o Paulistão em cima dos porcos, e pouco tempo depois ganhamos a Copa do Brasil em cima do grêmio do sul. Há alguns dias da final do Paulistão, não me recordo se do primeiro ou do segundo jogo, minha avó me deu como presente a minha primeira camisa de jogo do Corintias (a primeira foi esta na foto acima), que era, justamente, a camisa usada nas conquistadas citadas e linkadas acima. Ela a comprou no shopping 'mult let', que se localizava na região da Barra Funda, um pequeno shopping onde hoje funciona o império da Uninove (o shopping ocupava uma área relativa à praça de alimentação da tal universidade, não era nada grande).
Lembro-me que fiquei encantado com o símbolo em relevo e macio, que eu passei um bom tempo alisando sentado no sofá de casa. O número dela era 7, do Marcelinho, e ela mais me parecia uma camisola do que uma camisa mesmo, pois ficava gigante.
Com o passar do tempo esta camisa (assim como tantas outras coisas), desapareceu nos calabouços misteriosos da casa dos meus pais; aliás, no ano de 1999, quando meu desempenho escolar se tornou pífio, minha mãe me impôs um castigo em retaliação a um boletim vermelho: escondeu todas as minhas camisas do Corintias, proibindo-me de com elas vestir-me por um tempo. Depois que eu descobri o esconderijo e as recuperei, duas delas sumiram, a que inspira esta crônica, e a de goleiro de 1996.
Hoje pela manhã, caminhando pela louvável Feira do Rolo aqui da cidade, me deparei com esta camisa, modelo 1 de 1995 em um cabide: sete reais, que era o que eu tinha na carteira; número nove, do Viola.
Não substitui, jamais, a tão histórica e sumida camisa ganhada em 95, mas confesso que quando me sentei aqui em casa e alisei o símbolo, senti a emoção do garoto de 6 anos ao tocar seu primeiro manto sagrado; com o qual comemorei o meu primeiro título do Corintias (que é asunto para outro dia...).