quarta-feira, 20 de julho de 2011

Sobre honrar a história.

Em Fevereiro deste ano, quando o Gordo anunciou oficialmente a aposentadoria, e deixou de atrasar a nossa vida sendo um aposentado em campo, escrevi este texto para o 3 Toques. Nas linhas dele me refiro diversas vezes à 'genialidade' que teve o gordo na carreira, e como deve ser difícil "aprisionar" tal genialidade. Da mesma maneira, no final do texto, abordo que há gênios em todas as profissões do nosso sistema, e como é difícil para os que tem gosto em seus afazeres profissionais, puramente, parar.
Muitos de nós, que somos Corintias, volta e meia estamos por ai reivindicando um "corintianismo histórico", eu mesmo lancei no começo do ano um manifesto, colado nos espaços da faculdade, e sugerindo que esta história fosse levada em conta pelos estudantes daquele campus, que estão pensando alguma/qualquer coisa parecida com política, com trabalhadores, com etc.
Assim como compreendo a aposentadoria de Ronaldo e de demais pessoas que tem gosto no que fazem como dolorosas, entendo a atitude de Julio César na noite desta quarta feira (de ficar em campo, mesmo com uma dolorosa, e feia, fratura na mão), como sendo de extremo respeito à história do Corintias, de extremo respeito à esta nação de trabalhadores que não pode deixar o trabalho em razão de problemas físicos.
Fiquei emocionado, sim, com a atitude dele, de balançar a cabeça negativamente e dizer "eu vou ficar".
Assim como jogos do passado são lembrados por conta de atuações heroicas de jogadores, como Zé Maria com a camisa ensanguentada; lembro-me também do Senna, ganhando a corrida só com a quinta marcha; acho que esta atitude do mãos de alface deverá ser lembrada durante muitos e muitos anos, o que não quer dizer que eu o coloque no roll dos grandes ídolos. Hoje, ele foi bravo.
Enfim, fiquei emocionado, simplesmente, pois Julio honrou a razão de existir da camisa que veste, e, como disse ao sair do gramado, "assim é corintias", e assim tem que ser.

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