sexta-feira, 4 de março de 2011

Geografia.

Quando frequentava a escola como aluno da oitava série do ginásio (frequentava, não se pode dizer que eu era um "estudante" nos moldes tradicionais da palavra), já tinha preferência por estabelecer relações e proximidades mais com professores do que com meus colegas. Um destes professores, próximo de mim, era o de Geografia: um homem alto, de sotaque interiorano e voz grossa; falava alto sobre os planaltos, as planícies, etc.

Grande parte da minha proximidade para com ele se dava por conta do Corintias, que nos permitia longas conversas e, também, momentos emocionados, como uma segunda feira em que vibramos um título estadual, e, negativamente oposta, uma quinta feira em que nenhum dos dois tinha pique para existir após outra eliminação.

Final de algum bimestre e teríamos uma daquelas provas cheias de folhas recheadas com questões, e fui para a escola sem o meu estojo, tive que recorrer ao clássico grito de ow, alguém tem uma caneta pra emprestar? E fui respondido com o empréstimo de uma inocente caneta verde, com a qual respondi toda a prova.

Algum tempo passou e o professor nos devolveu as provas corrigidas e com as respectivas notas; a minha, no caso, veio acompanhada de um bilhete, mais ou menos assim:

Gabriel, parece-me que você tem andado muito pelos lados da Avenida Sumaré com a Rua Turiassu, e o ar desta região tem lhe infectado: onde já se viu, responder uma prova inteira com caneta verde?

Professor de verdade, é aquele que ensina sobre a vida; e Corintias!

Um comentário:

  1. Excelente Professor, esse!

    No colegial tive a honra de ter como professor o saudosíssimo Maurício Mogilnik.

    Ele ditava os questionários, pergunta um, dois, três, e assim por diante. Daí no final, era clássico. "número tal, PAU NA MÁQUINA", e pra finalizar, "E VIVA O CORINTHIANS", e todo mundo tinha que escrever. É assim que se educa!

    Abraço!

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