Num
sábado recente, em um evento de metal que teve no Cão Pererê (bar em que
trabalho e no qual trabalhei neste dia específico vestindo uma camisa do
Corintias) pude me encontrar com o mais cretino dos tipos de pessoa: o chato
preconceituoso.
Inicialmente
acreditei se tratar de mero brincalhão, e levei as primeiras tiradas “na
esportiva”, brincando. Mas eu estava equivocado, e tão logo respondi à primeira
e à segunda brincadeira, percebi que o cara não era, digamos, dos mais dotados
de limite e respeito.
Veio
dizendo que minha camisa enfeiava o bar, ao que respondi como já fiz noutras
situações: “que nada, minha camisa é o ponto mais bonito desse bar”. Respondeu
dizendo que tinha que ser uma camisa do Parmera: “mas esse é um bar de primeira
meu amigo, não um botequim de segunda”, respondi.
E
então a abordagem do cara começou a permear o xarope-escroto mesclado com o
estúpido-repudiante e o preconceituoso-vulgar.
Veio
com papos de que eu deveria levar uma surra em vez de estar trabalhando lá.
Veio com papos de que eu não deveria estar vendendo cervejas, mas sim catando
latinhas na rua. Veio com papos de que “todo Corinthiano é submisso”, pois eu
buscava as cervejas quando ele pedia e pagava. Veio com papos de que tinha que
conferir o troco direito por que “corinthiano ou é puta ou é bandido” (nesse momento,
me ausentei do bar por alguns minutos para evitar a concretização da
necessidade de quebrar um dos cascos de cerveja do bar nele).
Quando
voltei, veio com papos de que “olha só, ele não é analfabeto, sabe até
escrever”, quando me viu fazendo anotações no caderno do bar. Veio com papos de
que eu, por ser Corinthiano, não tinha o direito de dizer nada a ninguém no
bar, inclusive que tínhamos de fechar.
Os
preconceitos e os incômodos de um ser que realiza estas falas, sabemos, não são
para com o Corinthians ou para com os Corinthianos, mas, sim, para com aqueles
que tentam ganhar o pão-nosso-de-todo-dia catando latinhas. É para com aqueles
que, por falta de oportunidade de estudo, não tiveram a possibilidade de se
alfabetizar. Os preconceitos deste Porco são para com as prostitutas, os
ladrões, os que são inferiorizados como ‘submissos’ em uma sociedade
hierarquizada e opressora. E ele, de um jeitinho bem cretino, coloca tais
preconceitos para fora disfarçados de “brincadeiras do futebol” – que de
brincadeiras não têm nada e, menos ainda, tem algo de “do futebol”.
É
cretinice social pura, das mais brabas e das mais perigosas.
Pergunto:
até quando haverá idiotas com esses tipos de pensamento?
Respondendo a sua pergunta, Nunca.
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